Vejo pessoas e mais pessoas, amigos e mais amigos, entrando em estados depressivos, se perguntando qual o sentido da vida.
A pressa que temos de viver, de alcançar algo, de ser alguém, nos faz pular de galho em galho, e então, não conseguimos parar e observar. Eu também tenho esta pressa, procuro em terapia, meditação, espiritualidade, como acalmar o meu coração.
Mas um dia lá estou eu, andando por São Paulo, um final de semana agitado, compromissos e projetos tomando conta da minha mente. Entre um almoço com meus pais e um jantar com meus amigos, paro na Avenida Paulista para mostrar no Instagram a diversidade e maravilha que é aquele lugar aos domingos.
Eu gosto de andar por lá e observar, são tantas pessoas, tantas manifestações, e por mais que a Paulista represente um antagônico de muitas coisas que eu acredito, ela também representa é o lugar onde todo mundo tem espaço para ser quem é.
Bom, voltando à minha história. Estou lá andando por São Paulo, observando o movimento da Paulista e um grupo vestido de branco me chama atenção. Uma mulher tocava violino, outra vestia um vestido volumoso e usava um colar com um coração, e não naquela imagem romântica que temos do coração, o órgão mesmo, de um vermelho vivo. Haviam outras mulheres e rapazes, alguns com fone de ouvido, e todos com colares em formato de coração escuro e congelado, alguns se conectavam com a plateia e outros só andavam como em busca por algo.
Era um dia cinza, de garoa, e o grupo mobilizava quem estava ao seu redor, alguns paravam para prestar atenção no que era aquele movimento, outros olhavam para a menina que chorava, e outros apreciavam o som do violino.
É difícil explicar a emoção de uma cena artística que não usa palavras, mas sim olhar, corpo, movimento e som, mas o vai e vem dos artistas, que horas caminhavam apressadamente, horas se uniam, horas se alinhavam, horas se separavam, sempre passando a sensação de estarem sentindo e vivendo profundamente aquele momento, era emocionante e intenso.
Qual é o sentido da vida? Essa pergunta que martela muitas vezes na minha cabeça, vem em respostas fracionadas na velocidade de um flash.
Quando o grupo foi se afastando, por que eu decidi que era hora de ficar e deixá-los ir, a garoa foi aumentando, e nossos olhares foram se cruzando e, eu percebi!
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A vida é meio assim, sem sentido, com todos nós correndo, procurando. E procurando o que?
Naqueles poucos minutos eu percebi que todo sentido da minha vida estava ali. Não estava na busca transcendental de um propósito, mas sim na simples conexão com o agora, com a presença e com as pessoas.
Saí de lá satisfeita, por ter conseguido mais fração da resposta de qual é o sentido da vida, ou ao menos, da minha vida.
Se posso deixar algo para você aqui, é que não é preciso ser um santo, um filósofo ou um iogue, apenas pare por um instante e se permita estar ali, observando e absorvendo o que está à sua volta. As maiores reações estão nos pequenos estímulos.
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O nome do grupo é Companhia da Não Ficção, aí na página deles você verá mais sobre a história e apresentações que eles fazem.
A performance que eu vi foi “Reação” e tratava sobre relações sociais e coletivas. Incrível como vendo apenas uma parte da apresentação já foi o suficiente para entender a mensagem e despertar algo dentro de mim.
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