A melhor forma de compensar carbono em viagens

Viajar de avião gera uma grande pegada de carbono e, pela visão da regeneração, plantar eucaliptos não é nada eficaz para capturar esse CO2 emitido. Eu vivo neste conflito em minha rotina nômade, por isso, fico feliz em trazer a melhor forma que encontrei de compensar carbono em viagens.

Mas antes de mostrar a opção que encontrei, vamos entender mais sobre a compensação de carbono

Porque a emissão de carbono é um problema.

Uma das maiores causas da emergência climática que nos encontramos agora, é a alta emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. 

O efeito estufa é o que mantêm a Terra aquecida, mas quando existem muitos gases sendo emitidos, causamos o aquecimento global.

Essa alta emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa (GEE) acontecem pelo estilo de vida moderno. São muitas fábricas, carros, aviões e outros emissores desses gases. E tem mais um fator, a alta de desmatamento, que libera os gases que estavam presos nas raízes das árvores.

É por isso que a compensação de carbono é um assunto tão em alta e importante. Para saber o quanto você está contribuindo para o aquecimento global existe até a Pegada de Carbono, um cálculo que mostra a média de CO2 que você tem liberado na atmosfera.

Afinal, o que é compensação de carbono?

Para diminuir a quantidade de GEE na atmosfera, uma das grandes soluções é a captura através de plantio de árvores, que poderá reter esses gases e trazer outros benefícios que auxiliam na desaceleração do aquecimento global.

A compensação de carbono, então, é a contrapartida que você dá depois de ter emitido uma quantidade de gás. 

Muitas vezes esse processo é feito por reflorestamento comercial, com espécies como o eucalipto, o que na visão da ecologia regenerativa não é nada positivo. Afinal, o eucalipto é uma árvore proveniente de outro bioma e acaba impactando negativamente a biodiversidade quando plantada aqui no Brasil.

Portanto, a melhor forma de compensar carbono se dá por cultivos de árvores nativas, que ajudam não só a capturar CO2, como beneficia toda forma de vida que depende da biodiversidade local, podendo, por exemplo, atrair mais animais polinizadores, ajudando a reflorestação espontânea.

A melhor forma de compensar carbono em viagens

O maior responsável pela emissão de CO2 no turismo é o transporte, e os aviões aumentam a sua participação a medida que cresce o número de voos domésticos ou internacionais.

A questão é, eu nunca gostei da ideia de compensar carbono diretamente através das companhias aéreas, afinal, não consigo entender para qual tipo de programa o meu dinheiro vai e, para mim, é muito importante que a compensação seja feito por um projeto regenerativo.

Foi através do Muda!, coletivo brasileiro pelo turismo responsável, que conheci o Turismo CO2 Legal, projeto que descarboniza, preserva, fortalece e cuida dos destinos turísticos.

Como o projeto compensa carbono

Foto do Turismo CO2 Legal

O Turismo CO2 Legal hoje opera na Costa de Itacaré – Serra Grande. E o que eles fazem não é uma simples compensação, mas um trabalho que visa conservar e desenvolver um ecossistema de preservação, ativando diferentes atores e transformando os participantes em verdadeiros guardiães do clima.

Aqui funciona assim:

  • Agricultores que trabalham com a agricultura orgânica e regenerativa podem ser contemplados com o projeto. Para integrar o Turismo CO2 Legal os agricultores assumem seis compromissos:
    • áreas de floresta não podem ser desmatadas;
    • áreas degradadas devem ser restauradas com agrofloresta;
    • é necessário obter o certificado pelo selo orgânico Brasil;
    •  uma vez por semana devem participar de atividades educativas;
    • crianças da família devem estar na escola.
  • Empreendimentos, hospedagens, moradores e turistas podem calcular suas emissões e pagar pela compensação.
  • Este dinheiro é revertido para os agricultores, que recebem suporte para desenvolver a sua atividade.
  • O apoio financeiro também pode ser feito para pessoas que estão mantendo área de floresta nativa conservada. Com esse aporte eles não precisam vender essa área para práticas predatórias.
  • Para completar, a Turismo CO2 Legal conecta os agricultores com hospedagens e restaurantes, formando uma cadeia de compra e venda de alimentos orgânicos.

Percebeu a diferença entre simplesmente pagar para ser plantado um eucalipto que depois será extraído liberando novamente CO2 na atmosfera? 

Compensar a pegada de carbono através de um projeto regenerativo, que olha de uma forma sistêmica para a natureza e comunidade, é muito mais sustentável!

Como compensar minha pegada de carbono através do Turismo CO2 Legal?

Há duas formas de você compensar a sua pegada de carbono através desse projeto.

A primeira maneira é ficar em hospedagens parcerias, que já acrescentam o valor da sua compensação na diária. Neste formato você ainda ganha um cartão de fidelidade, que pode ser usado para ganhar desconto em empreendimentos parceiros do projeto, como restaurantes.

Conheça os destinos participantes

Na segunda forma, você pode calcular a pegada de carbono do seu voo no aplicativo ou site do Turismo CO2 Legal, que te mostrará quanto de CO2 você emitiu, o valor para compensar e quanta área protegida você vai cuidar.

Compense sua pegada de carbono na versão Android aqui.

Compense sua pegada de carbono na versão do site aqui.

Etapas do aplicativo para compensar sua pegada de carbono pela Turismo CO2 Legal

Quanto custa compensar carbono?

Com a Turismo CO2 Legal você pagará para compensar seu carbono:

  • Fixo: R$10,00 por hospedagem parceira (valor de 2023).
  • Por kg de CO2: segue o valor de mercado de carbono, atualmente 60 reais a tonelada. De forma prática, em uma viagem de avião de São Paulo para o Rio de Janeiro você emitiria 113 kg de CO2 e pagaria R$ 4,50.

Como diminuir a pegada de carbono em minhas viagens?

Bicicletas diminuem a pegada de carbono e aumentam a saúde

Compensação de carbono não é a única e nem a melhor solução quando falamos de emissões de GEE na atmosfera. Essa ferramenta pode ser inclusive um belo tiro no pé, se esquecermos de precisamos mudar nossos comportamentos de consumo. Compensar o carbono nunca é suficiente para o dano que causamos, mas ainda assim é uma forma de minimizar impactos inevitáveis. 

Um exemplo: você pode plantar uma árvore hoje para capturar carbono, mas imagine quanto ela demorará para ter a mesma capacidade de captura e de retroalimentação com seu habitat de uma árvore que foi derrubada?

Por isso, além de compensar é muito importante aprender a diminuir a pegada de carbono nas suas viagens:

  1. Sempre que possível opte por transportes menos poluidores em seu destino, como usar o metrô, bicicleta ou caminhar.
  2. Busque se hospedar em hotéis com práticas sustentáveis e menos poluentes, como o uso de energia solar, com uma arquitetura que proporcione a entrada de luz e ar natural, etc.
  3. Apoie pequenos comércios, produtores locais e comidas regionais, aqueles onde não foi necessário que o produto viajasse vários quilômetros para chegar no destino.
  4. Prefira a alimentação vegana, vegetariana ou, ao menos, foque mais em consumir peixe, já que a agropecuária é o segundo setor mais emissor de GEE no Brasil.
  5. Busque produzir a menor quantidade de lixo possível, afinal, grande parte das cidades turísticas, especialmente as que estão perto da natureza, não possuem um tratamento adequado do seu lixo, fazendo com que gases de efeito estufa sejam liberados.

Aproveite e compartilhe este post para que mais pessoas possam compensar seu carbono de forma responsável, apoiando projetos sustentáveis e regenerativos.

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Renata G. Ferreira
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Por um Recomeço

Por Renata G. Ferreira

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